RaceBrazil

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domingo, 4 de abril de 2010

Landi F1, o carro que mudaria as coisas?

O Landi Fórmula 1 de 1961/62. Construído pelo Chico Landi e pelo Tony Bianco. A inspiração foi a Ferrari Shark Nose campeã mundial com Phill Hill em 1961.

O carro era equipado com um motor de Alfa Romeo dois litros, o mesmo do Jk com carburadores duplos Weber. Não sei que câmbio utilizava, mas talvez um VW ou Renault adaptados ou uma caixa Colloti.

Participou de uma corrida, apenas duas voltas dos 500 km, pois teve um acidente fatal que matou o piloto Celso Lara Barberis.

O Ricardo Cunha que um dos mais completos historiadores do automobilismo brasileiro corrigiu em um post acrescentando mais duas corridas conforme:

07/09/1962 - 500 Km de Interlagos -Mecânica Continental e Fórmula Júnior - Não terminou - Francisco Landi - O carro foi terminado às vésperas da prova.

25/08/1963 - Circuito de Araraquara - Mecânica Continental e Fórmula Junior - Primeiro colocado - Francisco Landi

07/09/1963 - 500 Km de Interlagos - Mecânica Continental e Fórmula Júnior - Não terminou, devido ao acidente sofrido - Celso Lara Barberis

Não vi o acidente, mas cheguei logo depois e vi o carro destroçado e de cabeça para baixo nas imediações da curva da Junção. A corrida era pelo anel externo.

O Celso Lara se chocou na reta entre a curva 3 e a subida do Box com a Maserati do Amaral Junior, mas apesar da celeuma tudo ficou como acidente de corrida, o que foi mesmo. O Fórmula fazia curvas melhor e a Maserati andava mais nas retas graças ao motor Corvette e na segunda volta acabaram se tocando.

O Landi e o Bianco desgostosos picaram o carro e usaram a mecânica em outras coisas, só restou a foto. Quem viu, viu, o carro era muito bonito.

O que nos faz pensar que no caso do carro ter sido um sucesso o rumo do nosso automobilismo seria outro.

41 comentários:

Zé Clemente disse...

Gostaria de saber que pneus são esses. Parecem diagonais importados. Voce sabe?

roberto zullino disse...

Os da frente são diferentes dos de trás. Os de trás parecem cinturatos normais. Os da frente parecem pneus riscados da época.
A foto foi tirada para uma reportagem da 4 Rodas e se bem me lembro na oficina da rua afonso brás do seu chico, tinha um pedaço que tinha esse chão de caquinho de cerêmica que era moda na época.
Não sei se correu com esses pneus.

Anônimo disse...

Prezado Zullino:

Permita-me fazer uma correção com relação à sua informação de que o Landi-Bianco FNM teria participado de apenas uma corrida. Na realidade ele participou de três provas:

07/09/1962 - 500 Km de Interlagos -Mecânica Continental e Fórmula Júnior - Não terminou - Francisco Landi - O carro foi terminado às vésperas da prova.

25/08/1963 - Circuito de Araraquara - Mecânica Continental e Fórmula Junior - Primeiro colocado - Francisco Landi

07/09/1963 - 500 Km de Interlagos - Mecânica Continental e Fórmula Júnior - Não terminou, devido ao acidente sofrido - Celso Lara Barberis

Um grande abraço.

Ricardo Cunha

Paulo Levi disse...

Roberto Zullino,

Como você, eu fui a Interlagos ver aquela fatídica corrida em que o Celso Lara perdeu a vida. E como você, eu havia acabado de chegar quando o acidente aconteceu.

Foi uma coisa muito triste. Depois daquilo, o resto da corrida perdeu a graça.

Mesmo assim, me lembro que havia três outros monopostos Landi-Bianco participando da prova. Se não me engano, o melhor deles foi o do Jaime Silva, com motor de Simca Chambord, que terminou em quarto ou em quinto lugar. Os outros dois tinham motores DKW e Gordini, mas não me lembro quem eram os pilotos.

jcesar disse...

Já que o assunto é Fórumla, e o 'nosso' F-V, saiu ou não sai? Já to amaciando o motor 2.0 litros (hahahaha)

Rui Amaral Lemos Junior disse...

Zulino, lendo os comentários hj pela manhã me veio um carro no pensamento. Nos 500 KM de 1961 vencidos pelo Celso na geral e por meu irmão na cat. até 2 L com o 550 Spider, correu outro Porsche com um amigo dele o Buby Loureiro. Eu tinha 8 anos então mas lembro que o carro era prateado e formula. Alguem sabe desse carro?
Ah! O dia em que o Celso sofreu o acidente eu estava lá, no Café, naquelas arquibancadas no barranco.

Abs

Rui

roberto zullino disse...

Rui,
Nunca soube ou me atentei que existissem aqui dois 550. Sabia que teve o do Von stuck que vendeu ao Heins, carro que ficou abandonado na oficina do Chico Landi e depois vendido ao Marivaldo que vendeu para os Fittipaldis fazerem o Fitti-Porsche, depois vendido para o Sergio Magalhães sem a parte mecânica que vendeu para um cara do interior, Baurú acho, e depois o carro sumiu. Que eu saiba o Wilsinho foi até Goiânia atras do carro, mas acho que virou panela.
O meu titio por afinidade, era tio de minha mulher, o Mário Charuto, née Mario Tavares Leite me mostrou uma foto dele dirigindo um 550 em Interlagos, mas achava que era o do Heins. Pode ser que seja esse do teu irmão, mas para mim é uma baita surpresa.

roberto zullino disse...

Rui,
Vi as fotos no teu site do teu irmão correndo, mas sempre achei que era o carro do Heins, jamais me passou pela cabeça que houve outro 550 aqui.

Rui Amaral Lemos Junior disse...

Ele comprou o carro do José Gimenez Lopez, que morreu atropelado na corrida, acho que era o carro do Binno e seu Chico venceu uma Subida da Serra do Mar com ele . Lembro do Buby e o outro carro mas não tenho nada p/ dizer que era realmente um Porsche, só minha lembrança de garoto.
Me envia se e-mail que amanhã te mando uns recortes de jornal da época.

Rui Amaral Lemos Junior disse...

Ah! O carro de meu irmão com certeza era o que o Bino correu. Tem até uma história curiosa que não contei nem ao Carlos de Paula. Antes da corrida o Bino veio ao meu irmão que largava e disse "com esse carro e com a chuva que está caindo eu vencia essa corrida com folga!"

roberto zullino disse...

Meu e-mail está no meu perfil: rzullino@gmail.com

roberto zullino disse...

Paulo Levi,
Eu tinha chegado faz tempo no autódromo, furado a cerca, corrido da cavalaria da PM, ou seja, um final de semana normal.
Era costume ficarmos andando por dentro e como seria pelo anel externo íamos na direção da curva 3, dava para ficar dentro de um bueiro e ver os doidos dominando as trapizongas.
No caminho vimos a agitação e corremos ao local a tempo de ver o Celso na grama sendo atendido. Não olhei, pois tenho paura dessas coisas, mas me parece que ele teve esmagamento do torax e estava nas últimas segundo os comentários.
O carro estava de cabeça para baixo e não sei se ele foi atirado do mesmo ou retirado, de qualquer forma o carro continuou lá dentro do mato e de cabeça para baixo. Pelo que vi, não tinha sido muito destruído, ao contrário, os danos foram mínimos, apenas uns amassados.

Paulo Levi disse...

A propósito do monoposto Porsche citado pelo Rui, não se trataria do carro conhecido como Tubularte Especial? Pelo que eu me lembro, foi esse o primeiro monoposto construido no Brasil, sob inspiração dos Stanguellini, Dagrada e outros carros da então nascente Fórmula Junior européia. O patrocinador do projeto foi justamente o José Gimenez Lopez e, se não me engano, o Toni Bianco foi quem projetou o carro.

Anônimo disse...

Paulo Levi:

Nos 500 Km de Interlagos de 1963 correram os seis carros Landi-Bianco construídos. O que terminou na melhor colocação foi realmente o com motor Simca, pilotado pelo Jaime Silva, que chegou na quarta posição. Os demais foram:

Landi-Bianco Gordini - Marivaldo Fernandes - Quinto colocado

Landi-Bianco Gordini - Wilson Fittipaldi Jr - décimo colocado

Não terminaram a corrida:

Landi -Bianco Gordini - Luiz Pereira Bueno/Francisco Lameirão

Landi=Bianco DKW - Mario Cesar de Camargo Filho/Bird Clemente

Landi-Bianco FNM - Celso Lara Barberis

Ricardo Cunha

roberto zullino disse...

Todos os carros formula que o Landi/Bianco fizeram estão desaparecidos, devem ter sido picados e sua mecânica usada em outras coisas, uma pena.
O Tony fez um formula junior com motor DKW para o museu do automobilismo brasileiro do Paulo Trevisan, o carro é uma beleza.
Pediria ao Ricardo para que se possível colocasse o grid e o resultado completos dos 500 km de 63.

Rui Amaral Lemos Junior disse...

Não tenho idéia Paulo, só me lembro de ver o carro em um treino e os comentários lá em casa. Pode ser um dos formulas feitos aqui como vc disse com um motor vindo daqueles VW-Porsche preparados por Jorge Lettry. Veja bem isso foi em 61 e eu tinha 8 anos.

jcesar disse...

fora de área, mas ... Tô restaurando uma Bomba de Gasolina Wayne e preciso da tampa dos mostradores, em aço inox e frisada, igual a essa: http://img52.imageshack.us/img52/3259/1000021s.jpg … Contato: jcsantos@coagrisolnet.com.br

roberto zullino disse...

Isso não é tampa, é MOLDURA.

não é à tôa que não acha, fica procurando com o nome errado.

jcesar disse...

Valeu Zuzu 'frentista da Br' HAHAHAHA ... Procura uma dessas lá em Lindóia durante a exposição de veículos antigos ...hahah ... E os F-V, sai ou não sai? Se não tem tecnologia em SP para soldar uma duzia de canos de aço, manda o gabarito que eu faço esses chassis na solda eletrica, vai ficar 10, patrão (hahahah)

Anônimo disse...

Zullino:

Tenho o resultado dessa corrida:

1 - Roberto Galucci - Maserati-Corvette
2 - Antonio Mendes de Barros - Maserati-Corvette
3 - Luiz Valente - Alfa Romeo-Corvette
4 - Jaime Silva - Landi-Bianco Simca
5 - Marivaldo Fernandes - Landi-Bianco Gordini
6 - Euclides Pinheiro - Maserati-Corvette
7 - Marcelo Audrá - Maserati-Lancia
8 - Jose dos Santos Silva Filho - Maserati-Corvette
9 - Mario Marsiglia - Maserati-Corvette
10 - Wilson Fittipaldi Jr. - Landi-Bianco Gordini

Não terminaram:

Ciro Cayres - Maserati-Simca
Camilo Christófaro - Maserati-Corvette
Nicola Papaleo - Ferrari-Corvette
Luiz Pereira Bueno/Francisco Lameirão - Landi-Bianco Gordini
Mario Cesar de Camargo Filho/Bird Clemente - Landi-Bianco DKW
João Batista do Amaral Junior - Maserati-Corvette
Décio D'Agostino/Eduardo Policastro - Ferrari-Corvette
Celso Lara Barberis - Landi-Bianco FNM
Wladimir Fakri - Ferrari-Lancia
Jean Bergerot - Tubularte Junior DKW
Leocádio Peluzzi - Maserati-Ford
Alcides Camporezzi/Victorio Azzalin Filho - Maserati-Cadillac



Ricardo Cunha

Eduardo disse...

Cesar, uma lixada no chão e um bona ia bem.

roberto zullino disse...

Obrigado Ricardo.

João Cesar, ninguém perde por esperar. Esperamos 5 anos com você enchendo o saco de todo mundo pelo teu motor, um carro demora mais, hahahahahaha.

F250GTO disse...

O que impressiona mais no resultado dessa corrida, é o numero de Maseratis "alguma coisa", tipo Corvette, Lancia, Cadillac, etc.
Tantos carros e não sobrou nenhum pra contar história.
Que tristeza!

jcesar disse...

É isso ai Zullino, só cutuquei a onça porque ninguém mais comentava sobre o projeto dos "New F-V"'e resolvi elevar a adrenalina do pessoal... F250GTO, como não sobrou nenhuma? Tem duas no Museu do Automobilismo (Trevisan), uma restaurada e outra em fase final de restauração, dá uma olhada no site do Museu, vai no link 'puro sangue'. Abraços

Paulo Levi disse...

João Cesar e F250GTO,

Sei que uma das Maserati (não sei de quem era) foi parar na Inglaterra, onde foi inteiramente restaurada, Lá, ela participou de várias provas para automóveis antigos tendo ao volante o seu novo proprietário, Carlos Monteverde, na época (anos 90) um dos herdeiros da Ponto Frio.

roberto zullino disse...

Todas essas Maseratis eram monoposto e foram todas embora menos uma.
A do Amaral Junior ainda está aqui, as outras foram levadas pelo nosso querido Colin Crabbe.
O Colin comprou duas 300 S esporte que estavam como Avallone por 80 mil doletas, mandou restaurar e anunciou apenas uma por US$ 1,5 milhão, na hora que mostrei a revista para o Ava no antigo Anexo estraguei a noite dele. Foi a primeira vez que alguém teve azia por causa de whisky.
A do Trevisan monoposto não participou muito de corridas em Interlagos, o Rosalvo Mansur deu um porrão nos eucaliptos e levou o carro para o Sul vendendo-o para o Menegaz que queria aproveitar algumas peças para carreteras. Acabou não fazendo e vendeu para o Trevisan que a restaurou muito bem. É uma 4CLT, quatro cilindros com compressor volumétrico, é o mesmo carro que venceu ao primeiro GP disputado em Silverstone e venceu com Gigi Villoresi. O Fangio correu com um carro igual nas temporadas argentinas de 48 e 49 e deu pau em todo mundo. O Fangio quando foi para a europa era muito bem conhecido pelos pilotos de GP.
A do Monteverde é uma 300 S, uma das que foram levadas pelo Crabbe. A outra está com o guitarrista do Dire Straits, Mark Knofler.
Teve outra 450S V8 que foi trazida pelo Ruggero Peruzzo, mas o único que conseguiu guiar a trapizonga direito foi o Ciro Cayres. Foi para fora também.

jcesar disse...

Zullino, e o que vc sabe sobre uma Maserati modelo 4CM 1500 cm3, ano 1938, chassi 1555 que andou na Mecânica Nacional/Continental e que saiu do Rio de Janeiro no inico dos 70 indo para Fortaleza e depois foi adquirida por Dennis Orcioli????? Conta o que vc sabe que depois eu te digo onde ela está (HAHAHA)

roberto zullino disse...

Está aqui sendo restaurada, mas pertence a um rapaz do sul que mora mais ou menos perto de Soledade, cidade onde Judas perdeu as meias.

F250GTO disse...

Jota, só no resultado dessa corrida, postado pelo Ricardo, tem 10 Maseratis, fora as Ferraris.
O que sobrou é quase nada.
Foi tudo embora.

jcesar disse...

F250GTO, quantos as ferraris, não existir nenhuma é normal, pois a qualidade desses carros italianos é muito baixa, quebram só com o vento da ventoinha do radiador (hahahahah) Falando sério, não existem porquem ninguém se preocupou em preservar, sem falar no fato de que muitas foram doadoras de peças para a construção de outros carros de corrida. Então Zullino, agora esse rapaz do Sul tem 2 monopostos Maserati

Anônimo disse...

O acidente do Barbéris foi na primeira volta, e o Amaral Jr. foi banido do esporte.


Fabio

roberto zullino disse...

Pelo que lembro foi na segunda, mas como ficávamos andando não posso jurar, mas todos comentavam ter sido na segunda volta.
O Amaral Jr. não foi banido tanto que participou em corridas com uma Berlineta Interlagos, a de Araraquara com certeza.
Os dois eram da mesma cidade, Baurú se não me engano, e tinham suas rixas pelo que se comentava na época.
A Maserati ainda está aqui, mas não sei que modelo é, talvez uma 4CM.

Anônimo disse...

Amigo, eu tenho a revista 4rodas anoIV n.39 out de 63. A corrida de Araraquara aconteceu em 25/agosto/63, os 500km em 07/setembro/63, portanto Araraquara foi antes dos 500km, e eu assisti as duas provas. A materia sobre ambas está na revista referida. Na pag48 há um box com a seguinte chamada: VOLANTE ELIMINADO. Começa assim: EM REUNIÃO REALIZADA A 9 DE SETEMBRO DOIS DIAS APÓS A CORRIDA, A DIRETORIA DO AUTOMÓVEL CLUBE ESTADUAL DE SÃO PAULO, A COMISSÃO DESPORIVA E COMISSÃO TECNICA -COM A PRESENÇA DE TODOS OS MEMBROS- RESOLVEU ELIMINAR O PILOTO JOÃO BATISTA DO AMARAL JÚNIOR DO QUADRO DE CORREDORES DO ACESP........
O Amaral Jr. foi banido sim.
Quanto a volta em que aconteceu o acidente na subida dos boxes a matéria confirma ter sido na primeira volta: "Terminada a volta de honra......na subida dos boxes foi vítima de uma manobra infeliz de um de seus contendores..."
Estive presente nas duas corridas, e se o Amaral Jr. correu em Araraquara, foi antes do seu banimento, é só olhar as datas.

Fabio Farias

Anônimo disse...

http://www.nobresdogrid.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=126:celso-lara-barberis&catid=36:galeria-de-herois&Itemid=68

'Celso teve um acidente fatal na 1ª volta da corrida na então chamada subida dos boxes, hoje curva do café.
Seu carro, após ter sido tocado pelo carro de nº 50 do piloto Amaral Júnior (pneu contra pneu) rodou, foi de encontro ao barranco (era esse o guard-rail da época) e capotou varias vezes. Barbéris teve fratura do crânio e esmagamento do tórax, sendo lançado a mais de 5m de distância.

Essa prova, inclusive, já começou trágica: Edmundo "Dinho" Bonotti faleceu em conseqüência dos ferimentos sofridos num acidente ocorrido durante os treinos.

O acidente (nunca devidamente esclarecido) criou várias polêmicas, tendo saído das páginas esportivas para as policiais dos grandes jornais da época. O piloto Amaral Júnior se recusou a permitir que o ACESP (Automóvel Clube do Estado de São Paulo) fizesse uma vistoria no seu carro. Alguns afirmam ter visto o piloto logo após o acidente parar no box e instruir seus mecânicos, que na volta seguinte em um ponto afastado da pista teriam trocado o pneu da batida. O piloto abandonou a prova algumas voltas depois, mas o pneu trocado nunca mais apareceu. Amaral Júnior também não compareceu a uma audiência para ouvir o piloto Ciro Cayres, principal testemunha do acidente no inquérito (encontrava-se entre os carros 2 e 50). Outros boatos surgiram, como o que dizia que os pilotos eram inimigos de longa data, (eram da mesma cidade, São Miguel - SP) ou que Amaral Júnior estaria a serviço de outro piloto "rival" de Barbéris fora das linhas automobilísticas. Fatos nunca provados ou comprovados.

A prova, que não chegou a ser interrompida, foi vencida por Roberto Galucci com Maserati-Corvette, mas ele nem comemorou (era a sua segunda vitória na prova).


No dia 9 de setembro a diretoria do Automóvel Clube, suas Comissões Técnicas e Esportivas com todos os membros presentes, decidiu eliminar João Batista Amaral Júnior do quadro de corredores do ACESP.
'

Anônimo disse...

Zullino :

Com certeza houve alguma punição para o Amaral Junior, como foi publicado na Quatro Rodas, mas, em 1965, ele participou de pelo menos duas corridas, com um Willys Interlagos:

24/07 - Prêmio Aniversário da APVC (Associação Paulista de Volantes de Competição) - Oitavo colocado

08/08 - Circuito de Piracicaba -
Grupo III - décimo-terceiro colocado.

Não sei se ele recorreu da punição, ou o que aconteceu, mas essas duas corridas ele disputou.

Um abraço.

Ricardo Cunha

roberto zullino disse...

Obrigado Ricardo, o pessoal tende a acreditar em algumas lendas. O assunto só saiu da esfera de acidente de corrida pela insistência dos amigos do Barberis, notadamente o Ciro Cayres, em bater o bumbo.
Besteirol puro, eu na minha pouca idade na época já entedia que não há como se provar nada naquela confusão toda que testemunhei.
Um monte de carros correndo e alguém lá vai reparar em alguma coisa?
Acidente dentro de pista fica na pista. Se houve ou não dolo não seriam os outros pilotos que estavam preocupados consigo próprios que iriam ver alguma coisa.
Baixada a poeira, as coisas evidentemente voltaram ao lugar.

Accioly disse...

A propósito da matéria sobre o Formula JK 2000 de Chico Landi, eu estava no local do acidente e pelo que lí neste (e em outros ) texto sou a única pessoa que ainda tem uma parte deste carro. Na realidade é exatamente a interseção entre as 2 tomadas de ar frontais (tipo Ferrari 1960), pois eu a retirei no local e a guardei até hoje.
Se há alguem interessado nesta parte do carro (mede uns 20 cms),é na cor "amarelo Brasil" e tem um ligeiro filete prateado, pode entrar em contato comigo. Na realidade gostaria de doa-la para algum museu de competição.

roberto zullino disse...

Sugiro a doação ao museu do automobilismo brasileiro. O link está a direita.
Ou pode me enviar a foto com o pedaço que eu posto aqui e aviso o Paulo Trevisan e envio o seu contato para ele direto.

Anônimo disse...

Comédia.

Adolf Gottschald disse...

Revirando em algumas coisas dessa época, achei uma medalha referente à prova do 2º circuito de Araraquara que vcs mencionaram aqui. Onde posto a foto?

roberto zullino disse...

Adolf, aqui não tem como comentarista postar fotos. Se quiser me envie por e-mail que eu coloco neste post mesmo.

Voltando ao AmaralJr. O pessoal ignora as coisas básicas do arcabouço jurídico do automobilismo, principalmente a imprensa. O ACESP é apenas um Clube, não é Federação. Na época não existia Federação e os Clubes tinham arroubos de autoridade, mas a autoridade era limitada às provas que organizassem, se a prova fosse organizada por outro Clube o chamado "expulso" poderia correr sem problema algum. O Amaral Jr. podia correr nas provas do Centauro ou outro qualquer.
A expulsão do ACESP é muito similar ao Paulistano expulsar alguém por mijar no tapete. Fica limitada ao Clube e não ao automobilismo.
Hoje com a Federação isso não mais ocorre, os Clubes não tem a menor ingerência no assunto, organizam as corridas, mas a supervisão é totalmente da Fasp que pune os Clubes se houver alguma irregularidade, resgate, serviço médico, sinalização deficientes por exemplo. Em alguns casos suspende a prova. O Diretor da Prova e os Comissários são da Fasp e não dos Clubes. Se algum piloto cometer alguma infração o assunto não passa pelo clube organizador, o Diretor de Prova da Fasp leva direto ao Tribunal. A punição tem abrangência de todo o sistema Fia, ou seja, é mundial. Um piloto suspenso ou banido aqui não corre nem em corrida de esquimó no Polo Norte.